A sociedade está vivendo um período frenético, no qual o relógio e a posição sócio-financeira são ‘os deuses’ da vida.
As pessoas acordam atrasadas, dirigem apressadas, mandam e-mail para 10 pessoas de uma só vez desejando felicidades, trabalham aceleradas, estão quase sempre impacientes, vivem antecipando problemas, se divertem ‘provando’ tudo em ‘uma só noite’, tiram as férias já pensando no retorno, comem rápido, ‘agendam’ os momentos com a família, abreviam suas vidas em pagar contas, dormem já precipitando o dia que ainda nem chegou…
Esse excesso de obrigações, da ‘necessidade’ de cumprir tudo que lhe é solicitado, de atender a todos, de provar o tempo todo que é competente e insubstituível, estão levando as pessoas ao LIMITE, que acometem, de acordo com as últimas pesquisas na área da psicologia, em algum momento da vida, a síndrome do pânico.
A tão conhecida síndrome do pânico, adquirida pela sociedade contemporânea, nada mais é que um estado de ANSIEDADE DESCONTROLADA. É quando o corpo e a mente acendem a luz de ALERTA.
Decorrente dessa vida acelerada, das expectativas de vida confortável e bem sucedida – profissional e pessoal –, que muitas vezes não se consegue alcançar o que foi desejado/planejado, vem a frustração.
A frustração não aceita pela pessoa, à conduz e motiva a ansiedade descontrolada. E, aquela LUZINHA DE ALERTA vai sendo sintomatizadas com a sensação de cansaço e constante fadiga, dificuldade para se concentrar, irritabilidade, tensão muscular, dificuldade para dormir e/ou acordar.
Quando esses sintomas vão se tornando duráveis, geralmente evolui para o quadro de ataque de pânico. O que confirma que a base desse problema é a ansiedade que se manifesta com taquicardia, palpitações, sudoreses, tremores, sensações de tonteira e desmaio, dor no peito, náuseas, medo de ‘enlouquecer’, sensação de morte.
Um estilo de vida frenético é um grande indicativo para ataques de pânico. A incapacidade de dizer não, a culpa e o rigor consigo mesma, o desejo de resolver todos ‘os problemas do mundo’, são traços comportamentais que levam à situação de LIMITE.
Vale lembrar que culpar o mundo pela vida que escolheu levar de nada adiantará, somente trará um alívio imediato e, nada resolverá.
Então, o que fazer?
O primeiro passo é entender que a pressão externa sempre existirá.
O segundo é que não são as adesões de vida que provocam a ansiedade, mas compreender como trabalhar a sua mente para cumprir o que deseja e aceitar as frustrações.
O terceiro e, talvez o mais importante, é saber cuidar do seu corpo – fazendo atividades físicas, alimentando-se bem, indo ao médico periodicamente – e da sua mente – relaxando, divertindo sem preocupar com o tempo, cuidar de sua aparência, brincar, descansar, meditar. Ou seja, atender as próprias necessidades, sem pressa de viver.
Para finalizar, plagiando Guimarães Rosa, “Deus é a paciência… O diabo é a pressa” e, reproduzindo o Sábio dos sábios, Jesus Cristo, “Amar ao próximo como a si mesmo”, essas, talvez, sejam as frases da lição de viver física e mentalmente equilibrado.
Débora Kelly
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